quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Lagos: aprovado plano para a Meia Praia que prevê hotéis de quatro e cinco estrelas - Comentários III

Continuação aos comentários a esta notícia, dada pelo Jornal Publico em Julho de 2007.

27.08.2007 - 17h14 - Luís Bartolomeu, Lisboa
Como iniciar um comentário a este artigo sem ofender os ilustres intervenientes? Tarefa difícil? nem por isso, lembro-me neste momento de uns 3 ou 4 adjectivos, talvez menos correctos, mas ideais para caracterizar cabecinhas brilhantes de tão importante projecto. Antes de mais gostaria de salientar a incongruência do discurso do Sr. Júlio Barroso, meias verdades que foram colocadas em público pelos meios de comunicação do social. Este,bom, esta pessoa afirmou em plena televisão nacional que a demolição do bairro histórico seria uma possibilidade e não uma certeza. Garantia apenas a necessidade de remodelação dos imoveis originais dos bairros da Meia Praia. Deu de facto a entender alguma insegurança no seu discurso, o porquê? Vemos agora. Não querendo denominar estas falsas verdades como mentiras, porque decerto não ficaria bem. Aquestão prende-se com, dinheiro. Se esse dinheiro foi apresentado por cima ou por baixo de uma mesa qualquer, ninguém realmente sabe. Estes Bairros, foram construidos com dinheiro e mão de obra da população, com a autorização do estado. Pagaram os seus terrenos, legalizaram as suas casas. Em nenhuma situação, este aparente processo de expropriação se enquadra num benefício de todos mas sim no benefício de alguns. Não sou morador dos bairros mas familiar, e acho ultrajante “roubarem” a história dessa gente humilde, que também é a minha, tirarem-nos à força a identidade, quem realmente somos e de onde vieram. Pertenço às Familias mais antigas, e por mim, não me irão arrancar este pedaço de mim. A minha familia cresceu na meia praia, alguns já morreram na mesma praia onde os meu pais nasceram. É desumano estas atitudes tristes, que me fazem sentir vergonha de ter nascido neste país onde o dinheiro se sobrepõe às pessoas. Para que se saiba, estes moradores são cidadãos pagam os seus impostos, não se tratam de bairros ilegais ou de pessoas que vivem na clandestinidade.

In Jornal Publico

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